"Quando chega o momento em que decidistes orar, meditar, muitas vezes a vossa cabeça está noutro lado. Depois, quando precisais de ocupar-vos dos vossos assuntos materiais, dizeis: «Ah, sinto que deveria recolher-me», e, também neste caso, estais distraídos e fazeis mal o vosso trabalho. Observai-vos e vereis quantas vezes o vosso estado de espírito não está em sintonia com aquilo que fazeis. Não é quando se estáa preparar a refeição, a lavar a loiça ou a conduzir um automóvel que se deve pensar em meditação. É preciso estar presente em tudo o que se faz, pois há um tempo para tudo. Senão, seja no trabalho espiritual, no trabalho intelectual, no trabalho físico ou mesmo nas distracções, não há tempo para nada, porque nunca se tem a cabeça onde ela deve estar e nunca se está, verdadeiramente, em parte nenhuma."
"Se depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia, não há nada mais simples. Tem só duas datas - a da minha nascença e a da minha morte. Entre uma e outra coisa, todos os dias são meus" - Alberto Caeiro
29 janeiro 2010
Pensamento do Dia
"Quando chega o momento em que decidistes orar, meditar, muitas vezes a vossa cabeça está noutro lado. Depois, quando precisais de ocupar-vos dos vossos assuntos materiais, dizeis: «Ah, sinto que deveria recolher-me», e, também neste caso, estais distraídos e fazeis mal o vosso trabalho. Observai-vos e vereis quantas vezes o vosso estado de espírito não está em sintonia com aquilo que fazeis. Não é quando se estáa preparar a refeição, a lavar a loiça ou a conduzir um automóvel que se deve pensar em meditação. É preciso estar presente em tudo o que se faz, pois há um tempo para tudo. Senão, seja no trabalho espiritual, no trabalho intelectual, no trabalho físico ou mesmo nas distracções, não há tempo para nada, porque nunca se tem a cabeça onde ela deve estar e nunca se está, verdadeiramente, em parte nenhuma."
'If The Stars Were Mine'
If the stars were mine
I'd give them all to you
I'd pluck them down right from the sky
and leave it only blue
I would never let the sun forget to shine upon your face
so when others would have rain clouds you'd have only sunny days
If the stars were mine
I'd tell you what I'd do
I'd put the stars right in a jar and give them all to you
If the birds were mine
I'd tell them when to sing
I'd make them sing a sonnet when your telephone would ring
I would put them there inside the square, whenever you went out
so there'd always be sweet music whenever you would walk about
If the birds were mine
I'd tell you what I'd do
I'd teach the birds such lovely words and make them sing for you
I'd teach the birds such lovely words and make them sing for you
If the world was mine
I'd paint it gold and green
I'd make the oceans orange for a brilliant color scheme
I would color all the mountains, make the sky forever blue
So the world would be a painting and I'd live inside with you
If the world was mine
I'd tell you what I'd do
I'd wrap the world in ribbons and then give it all to you
I'd teach the birds such lovely words and make them sing for you
I'd put those stars right in a jar...and..........
give them all...to you.......
'If The Stars Were Mine' - Melodie Gardot
27 janeiro 2010
'Águas de Março'
É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho
É um caco de vidro
É a vida, é o sol
É a noite, é a morte
É um laço, é o anzol
É peroba no campo
É o nó da madeira
Caingá candeia
É o matita pereira
É madeira de vento
Tombo da ribanceira
É o mistério profundo
É o queira ou não queira
É o vento ventando
É o fim da ladeira
É a viga, é o vão
Festa da cumeeira
É a chuva chovendo
É conversa ribeira
Das águas de março
É o fim da canseira
É o pé, é o chão
É a marcha estradeira
Passarinho na mão
Pedra de atiradeira
É uma ave no céu
É uma ave no chão
É um regato, é uma fonte
É um pedaço de pão
É o fundo do poço
É o fim do caminho
No rosto um desgosto
É um pouco sozinho
É um estepe, é um prego
É uma conta, é um conto
É um pingo pingando
É uma ponta, é um ponto
É um peixe, é um gesto
É uma prata brilhando
É a luz da manhã
É o tijolo chegando
É a lenha, é o dia
É o fim da picada
É a garrafa de cana
O estilhaço na estrada
É o projeto da casa
É o corpo na cama
É o carro enguiçado
É a lama, é a lama
É um passo, é uma ponte
É um sapo, é uma rã
É um resto de mato
Na luz da manhã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É pau, é pedra
É o fim do caminho
É um resto de toco
É um pouco sozinho
É uma cobra, é um pau
É João, é José
É um espinho na mão
É um corte no pé
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
É um passo, é uma ponte
É um sapo, é uma rã
É um belo horizonte
É uma febre terçã
São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração
Águas de Março - Tom Jobim
(no vídeo, cantada por Elis Regina)
Pensamento do Dia
25 janeiro 2010
24 janeiro 2010
...eu ainda procuro.
Outros quebravam o seu rosto contra o tempo.
Odiei o que era fácil
Procurei-te na luz, no mar, no vento."
Onde Estás?
Nunca.
Estás sempre distante, sempre longe.
Sempre no teu canto sozinho, sem que ninguém saiba o que se passa
Nunca sais.
Escondes-te na penumbra entre quatro paredes a que chamas casa
A que chamas porto seguro
Gostava de te ver
Fora dessa prisão que crias à tua volta
Fora desse ser programado que te obrigam a ser
Gostava de te ver aqui
A meu lado
Abraçado a mim
Ou deitado no meu colo
Para eu te poder acarinhar
Para te poder afagar o cabelo
Sentindo o teu cheiro inundar a pele das minhas mãos
Sentir o teu cheiro perto de mim
Sentir o teu calor
O teu perfume
Simplesmente sentir-te ali
Presente
Em vez de seres só uma memória
Uma presença na minha mente
No meu coração
Mas o meu querer
Não deixa de ser meu.
Por vezes, consigo ‘ter-te’ por breves momentos
Quando me fixas o teu olhar claro e meigo
Quando me falas com ele
Gostava que falasses com a tua voz e com o coração
Com gestos
Não só com o olhar
Não só naqueles raros momentos em que nos encontramos
Não só naqueles momentos sozinhos
No regresso de um dia igual aos outros
Gostava…
E queria…
…mas não posso ser só eu a querer.
'They Say'
They say 'protect yourself"
I say "from what"
They say "hold a little love inside"
I say "but I wanna give all I got"
They say "leave him and he'll come running"
I say "how could I"
They say "we're going drinking are you coming"
I say "I'd rather stay alone and cry"
How could I forget you
When you're so much a part of me
If love is a prison
Well they can throw away the key
They say "he's not the one for you"
I say "they don't know"
They say "move on to pastimes greener"
I say "to face this is to grow"
How could I forget you
When you're so much a part of me
If love is a prison
Well they can throw away the key
Throw away yeah
How can I forget you
When you're so much a part of me
If love is a prison
Well they can throw away the key
Broken I find your clothes
And dress myself in them
How can I forget you
When you're so much a part of me
If love is a prison
Well they can throw away the key
Throw away yeah
How can I forget you
When you're so much a part of me
If love is a prison
Well they can throw away the key
Throw away, throw away
Throw away the key, the key, the key
Broken I find your clothes
And dress myself in them
'They Say' - Lou Rhodes
23 janeiro 2010
"I Know"
So be it, I'm your crowbar
If that's what I am so far
Until you get out of this mess
And I will pretend
That I don't know of your sins
Until you are ready to confess
But all the time, all the time
I'll know, I'll know
And you can use my skin
To bury secrets in
And I will settle you down
And at my own suggestion,
I will ask no questions
While I do my thing in the background
But all the time, all the time
I'll know, I'll know
Baby-I can't help you out, while she's still around
So for the time being, I'm being patient
And amidst this bitterness
If you'll just consider this-even if it don't make sense
All the time-give it time
And when the crowd becomes your burden
And you've early closed your curtains,
I'll wait by the backstage door
While you try to find the lines to speak your mind
And pry it open, hoping for an encore
And if it gets too late, for me to wait
For you to find you love me, and tell me so
It's ok, don't need to say it.
'I Know' - Fiona Apple
17 janeiro 2010
simplesmente ADORO!
What is love but the strangest of feelings?
A sin you swallow for the rest of your life?
You’ve been looking for someone to believe in
To love you, until your eyes run dry
She lives on disillusion road
We go where the wild blood flows
On our bodies we share the same scar
Love me, wherever you are
How do you love with fate full of rust?
How do you turn what the savage take?
You’ve been looking for someone you can trust
to love you, again and again
How do you love in a house without feelings?
How do you turn what that savage take?
I’ve been looking for someone to believe in
Love me, again and again
She lives by disillusions close
We go where the wild blood flows
On our bodies, we share the same scar
How do you love on a night without feelings?
She says “love, I hear sound, I see fury”
She says “love’s not a hostile condition”
Love me, wherever you are
Love me, wherever you are
Love me, wherever you are
Wherever you are
Wire to Wire - Razorlight
[por hoje ser] Domingo
Veja, meu bem
Que hoje é domingo
Domingo eu não choro
Domingo eu não sofro
Domingo eu sou de paz
E alegria
Tristeza, hoje eu não estou
Saudade, volte outro dia
Domingo eu não sou boa
Companhia
Se o amor quer me deixar
Me deixe num domingo
Eu não vou reclamar
E posso até achar
Que ficar só é lindo
Domingo a minha vida é o circo
Eu sou a trapezista
Alguém avise à dor
Que não insista
Tristeza, hoje eu não estou
Saudade, volte outro dia
Domingo eu não sou boa
Companhia
"Domingo" - Maria Bethania
'Décimo Sexto Castelo de Holanda'
"Às vezes escrevo num caderno
pequenas frases. Coisas sem
nexo e sem nenhuma legitimidade
para um dia poderem dar lugar a
um verso. Escrevo-as de noite
a meio do sono e no dia seguinte
não sei que sentido lhes possa
atribuir. E o que quererão dizer
as que p'la madrugada de ontem
anotei?
«O chão seco da tua morte. O
duplo touro.
Cilindros de oiro. De quem era
a sala das sombras? Coisas de
vaidade, o meu relógio, o globo
onde lês as cidades do mundo.»
Às vezes deixo-me ficar sentado,
como agora estou a esta mesa no
quarto do hotel
e os sentidos prendem-se a essas
palavras que valem o que vale
uma viagem ao extremo da maior
melancolia da noite. "
16 janeiro 2010
Sempre o sentir...
Sentir tudo de todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.
Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidade eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.
Mais análogo serei a Deus, seja ele quem for,
Porque, seja ele quem for, com certeza que é Tudo,
E fora d'Ele há só Ele, e Tudo para Ele é pouco.
Cada alma é uma escada para Deus,
Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
Para Deus e em Deus com um sussurro soturno.
Sursum corda! Erguei as almas! Toda a Matéria é Espírito,
Porque Matéria e Espírito são apenas nomes confusos
Dados à grande sombra que ensopa o Exterior em sonho
E funde em Noite e Mistério o Universo Excessivo!
Sursum corda! Na noite acordo, o silêncio é grande,
As coisas, de braços cruzados sobre o peito, reparam
Com uma tristeza nobre para os meus olhos abertos
Que as vê como vagos vultos noturnos na noite negra.
Sursum corda! Acordo na noite e sinto-me diverso.
Todo o Mundo com a sua forma visível do costume
Jaz no fundo dum poço e faz um ruído confuso,
Escuto-o, e no meu coração um grande pasmo soluça.
Sursum corda! ó Terra, jardim suspenso, berço
Que embala a Alma dispersa da humanidade sucessiva!
Mãe verde e florida todos os anos recente,
Todos os anos vernal, estival, outonal, hiemal,
Todos os anos celebrando às mancheias as festas de Adônis
Num rito anterior a todas as significações,
Num grande culto em tumulto pelas montanhas e os vales!
Grande coração pulsando no peito nu dos vulcões,
Grande voz acordando em cataratas e mares,
Grande bacante ébria do Movimento e da Mudança,
Em cio de vegetação e florescência rompendo
Teu próprio corpo de terra e rochas, teu corpo submisso
A tua própria vontade transtornadora e eterna!
Mãe carinhosa e unânime dos ventos, dos mares, dos prados,
Vertiginosa mãe dos vendavais e ciclones,
Mãe caprichosa que faz vegetar e secar,
Que perturba as próprias estações e confunde
Num beijo imaterial os sóis e as chuvas e os ventos!
Sursum corda! Reparo para ti e todo eu sou um hino!
Tudo em mim como um satélite da tua dinâmica intima
Volteia serpenteando, ficando como um anel
Nevoento, de sensações reminescidas e vagas,
Em torno ao teu vulto interno, túrgido e fervoroso.
Ocupa de toda a tua força e de todo o teu poder quente
Meu coração a ti aberto!
Como uma espada traspassando meu ser erguido e extático,
Intersecciona com meu sangue, com a minha pele e os meus nervos,
Teu movimento contínuo, contíguo a ti própria sempre,
Sou um monte confuso de forças cheias de infinito
Tendendo em todas as direções para todos os lados do espaço,
A Vida, essa coisa enorme, é que prende tudo e tudo une
E faz com que todas as forças que raivam dentro de mim
Não passem de mim, nem quebrem meu ser, não partam meu corpo,
Não me arremessem, como uma bomba de Espírito que estoira
Em sangue e carne e alma espiritualizados para entre as estrelas,
Para além dos sóis de outros sistemas e dos astros remotos.
Tudo o que há dentro de mim tende a voltar a ser tudo.
Tudo o que há dentro de mim tende a despejar-me no chão,
No vasto chão supremo que não está em cima nem embaixo
Mas sob as estrelas e os sóis, sob as almas e os corpos
Por uma oblíqua posse dos nossos sentidos intelectuais.
Sou uma chama ascendendo, mas ascendo para baixo e para cima,
Ascendo para todos os lados ao mesmo tempo, sou um globo
De chamas explosivas buscando Deus e queimando
A crosta dos meus sentidos, o muro da minha lógica,
A minha inteligência limitadora e gelada.
Sou uma grande máquina movida por grandes correias
De que só vejo a parte que pega nos meus tambores,
O resto vai para além dos astros, passa para além dos sóis,
E nunca parece chegar ao tambor donde parte ...
Meu corpo é um centro dum volante estupendo e infinito
Em marcha sempre vertiginosamente em torno de si,
Cruzando-se em todas as direções com outros volantes,
Que se entrepenetram e misturam, porque isto não é no espaço
Mas não sei onde espacial de uma outra maneira-Deus.
Dentro de mim estão presos e atados ao chao
Todos os movimentos que compõem o universo,
A fúria minuciosa e dos átomos,
A fúria de todas as chamas, a raiva de todos os ventos,
A espuma furiosa de todos os rios, que se precipitam,
A chuva com pedras atiradas de catapultas
De enormes exércitos de anões escondidos no céu.
Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio
De estar dentro do meu corpo, de não transbordar da minh'alma.
Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia, sacode,
Freme, treme, espuma, venta, viola, explode,
Perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge,
Sê com todo o meu corpo todo o universo e a vida,
Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes,
Risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos,
Sobrevive-me em minha vida em todas as direções!"
Pensamento do dia
11 janeiro 2010
Pensamento do dia (para variar =P)
É difícil aceitar que um acontecimento 'mau' possa trazer algo de bom, ou possa vir a ser benéfico, embora a longo prazo.
É difícil, mas não é impossivel.
E, por vezes, se pararmos para pensar no que aconteceu, no que dissemos/fizémos e da resposta que tivemos do outro, ou do Universo, conseguimos perceber onde errámos, ou o que nos afectou no outro.
Cabe-nos a nós, termos consciência da nossa acção e do que nos afectou.
Ao tomarmos consciência uma vez, a próxima dificilmente nos passará ao lado: já saberemos identificar e no momento, pensar duas vezes.
Assim, evoluimos, em vez de continuarmos inconscientes e a errar sempre na mesma coisa, em vez de estarmos 'sempre a bater na mesma tecla'.
Apenas é necessário sermos conscientes de nós próprios.
10 janeiro 2010
... eu já despertei...
"Tu chamas-me, amor, eu apanho um táxi"
cruzo a desmedida realidade
de fevereiro para ver-te,
o mundo transitório que me oferece
no assento de trás
uma oculta abóbada de sonhos,
luzes intermitentes como conversas,
letreiros acesos na brisa,
que não são destino,
mas que estão escritos por cima de nós.
Eu sei que as tuas palavras não terão
esse tom luxuoso, que os ares
inquietos do teu cabelo
guardarão a nostalgia artificial
do sótão sem luz onde me esperas,
e que por fim de manhã
ao acordar-te,
entre esquecimentos a meias e detalhes
fora de contexto,
terás piedade ou medo de ti mesma,
vergonha ou dignidade, incerteza
e talvez o luxurioso mal-estar,
o golpe que nos deixam
as histórias contadas numa noite de insónia.
Mas também sabemos que seria
pior e mais custoso
levá-las a casa, não esconder o seu cadáver
no fumo dum bar.
Eu venho sem idiomas desde a minha solidão,
e sem idiomas vou até à tua.
Não há nada a dizer,
mas suponho
que falaremos nus sobre isto,
pouco depois, tirando-lhe importância,
avivando os ritmos do passado,
as coisas que estão longe
e que já não nos doem.