Foto: Ana Raquel Joaquim - "Buscando inspiração no Horizonte Urbano", Lisboa, 2009
As imagens significam tudo a princípio. São sólidas. Espaçosas.
Mas os sonhos coagulam, fazem-se forma e desencanto.
Já o céu não há imagem que o fixe. A nuvem vista do
Avião: um vapor que nos tira a vista. O grou, um pássaro, mais nada
Ate o comunismo, a imagem final, sempre refrescada
Porque lavada com sangue tantas vezes, o dia-a-dia
Paga-lhe um salário modesto, sem brilho, cedo de suor,
Escombros os grandes poemas, como corpos muito tempo amados e
Postos de lado agora, no caminho da espécie exigente e finita
Nas entrelinhas lamentos
Sobre ossos feliz o carregador de pedra
Porque o belo significa o fim provável dos terrores.
Mas os sonhos coagulam, fazem-se forma e desencanto.
Já o céu não há imagem que o fixe. A nuvem vista do
Avião: um vapor que nos tira a vista. O grou, um pássaro, mais nada
Ate o comunismo, a imagem final, sempre refrescada
Porque lavada com sangue tantas vezes, o dia-a-dia
Paga-lhe um salário modesto, sem brilho, cedo de suor,
Escombros os grandes poemas, como corpos muito tempo amados e
Postos de lado agora, no caminho da espécie exigente e finita
Nas entrelinhas lamentos
Sobre ossos feliz o carregador de pedra
Porque o belo significa o fim provável dos terrores.
Heiner Mϋller - As Imagens (1949)
3 comentários:
50 anos entre o texto e a imagem, mas tão bem ligados entre si! *
...epá 50 anos...seriam mais 60 e nao 50 :P
LOL nao tinha reparado xD ai essas contas! xD
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