Luzes crepitantes são o horizonte
São o que há para lá do vidro
Olhares estranhos em cada lugar
Olhares ansiosos por sair dali
Por chegar ao destino
Por chegar ao seu porto seguro
Paramos na estação seguinte
Entras pela porta
Escolhes o teu lugar
Que te transporta para o teu destino
Sentas-te de frente para mim
Pegas num papel e numa caneta
Olhas ao redor
Captas o que te rodeia
E transcreve no papel
Poisado sobre o colo
De tempos a tempos
Olhas à tua volta
Paras o olhar
E continuas a escrever
Movimento delicado
Caneta na mão esquerda
Pousada no papel
Mão que (d)escreve o teu pensamento
Respiração profunda
Calma,
Tal como o teu olhar
Azul profundo
Azul angelical
Tornas a olhar à tua volta
Os nossos olhares cruzam-se
Sorrio timidamente
Fixo-te
Não consigo deixar de te admirar
(Viras a pagina)
Não consigo deixar de reparar
Nos teus movimentos
Quero saber o que pensas
O que escreves
O que filosofas com o papel
O que lhe confessas
Olhas para o chão
Vejo que é para os meus pés.
Olhas-me nos olhos
Fujo com o olhar,
Olhando para a paisagem que passa a correr
Fico intimidada
Mas não deixo de sorrir
Fizeste-me sorrir
Abriste a janela do meu coração
Deixando entrar uma brisa e alegria
Obrigado por me fazeres sorrir
Cheguei ao meu destino
Saio pela porta,
Mas tu continuas para o teu…
Que poderia também ser o meu.
…vejo o comboio seguir viagem
Pensando quando te voltarei a ver.
Rapaz dos olhos azuis profundos.
Ana Raquel Joaquim (Rakiely)
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