16 fevereiro 2007

[O] Apagar...


Depois dos olhares, das pequenas frases, das horas passadas juntos, depois do início do fim, houve o inesperado e “infeliz” afastamento [“será que foi assim tão infeliz?” disse-me alguém ao ouvido; “vermos…talvez sim, talvez não…” respondi]
E o que tinha começado a nascer dentro de mim, não se desenvolveu [“se é que alguma coisa alguma vez começou a nascer…”], adormeceu [“NÃO! Já te expliquei, que morreu...desapareceu!”, respondi, “ não interessa o que aconteceu ao certo; não é um nome que vai alterar o que se passou…”]
Fiquei aliviada…
Mas cada vez que nos reencontrávamos, olhavas-me daquele jeito, falavas-me num tom carinhoso que é só teu [ou era…]
Já não era a mesma coisa…
Já não me sentia feliz por isso [“ou como pensavas que te sentias”, disse ela mais uma vez…] se é que alguma vez senti…
No entanto deixas-te que as minhas duvidas permanecessem…não sabia o que deveras sentias nem o que eu própria sentia… [“tu sabes bem o que sentias…não te desculpes…”]
Voltei ao que sentia antes de te conhecer, e que pensava que tinhas apagado de dentro de mim [“ou que poderia apagar, verdade seja dita…”]
Afinal estava enganada, pois esse “passado” ainda permanece, nunca desapareceu [“até que enfim…chegas-te exactamente onde eu queria! demorou hein?!”, “não demorou, sempre o soube, e esse ‘passado’ está tão vivo...mas faz-me sofrer e permanecer nesta agonia inexplicável, tortura-me...impede-me de avançar para onde quero...”]
Mas deixando isso agora de lado, pois estamos aqui, eu, o meu lápis, o meu caderno e a minha mente [“não te esqueças do coração, por mais que o queiras calar...ele esta sempre ‘a meter a colher’ nos assuntos e quando menos esperas...”, disse, mais uma vez, a voz] apenas para acabar de vez com isto; não que já não tenha acabado [“se é que alguma vez começou…”], porque já acabou, mesmo depois de tantas ilusões, esperanças dadas que afinal, não passavam de uma farsa, de um plano qualquer, plano esse que desconheço, assim como a sua finalidade. [“não o queiras descobrir, nem saber a sua finalidade, será melhor para ti....”]
“Seria magoar-me?”, pergunto-me
“Seria para que, ao me ‘negares’, obteres a resposta que querias?”, felizmente, não a obtiveste!
Porquê?...perguntar-me-ias tu..
E eu dir-te-ia: porque nesse exacto momento, fez-se como que um ‘click’ na minha mente e apercebi-me que tudo não passava [nem tinha passado] de um enorme erro.[“se me permites fazer uma pequena correcção, não era bem um erro, era mais uma desculpa, uma forma que tinhas arranjado para fugires ao ‘passado’ não estou certa?”, disse ela, “talvez tenhas razão”, respondi] [no fundo, sei qeu tens...]

Pensei que eras diferente [“era igual a muitos outros…”]
Pensei que eras amigo [“pelos vistos não o era…”]
Que estarias sempre lá [“hmm, vejamos, ate esteve, mas continuará a estar?”]
Sem deixar que eu ficasse magoada [“nao tenho certeza; será verdade? magoou-te…”]
DESILUDISTE-ME!
Deixas-te de ser como eras [“as pessoas mudam, mas nem sempre para melhor…”]
Não te reconheço mais…
Agora és frio…
Vazio…
DETESTO-TE!
Mas, feliz ou infelizmente não o sei dizer, como os bons momentos ficam para sempre, alguma memoria restará…
[“deixa isso para trás…segue em frente..mereces isso…”]

ODEIO-TE!