04 fevereiro 2009

Chuva de Saudade



Ouço a chuva cair lá fora
Assumo-me à janela para a ver cair
Ouço e vejo-a embater no vidro
Observo a efemeridade de cada gota que cai
Que cai e renasce num charco
Provocando circulos contínuos
Que percorrem desde o centro até à periferia

Destino certo.
Determinado.
Conhecido.

Permaneço do lado de dentro
Escondida apenas pelo vidro
Quero que me proteja
Mas é fragil...

...como eu.

Deixa chuva entrar
Chuva que me cai na cabeça,
No rosto,
Descendo e percorrendo todo o meu corpo

Fico com medo
Não sei o que se passa
A chuva confunde-se com o meu sentimento
Que se manifesta em gotas
Fiéis à gravidade...

Sinto a cabeça em água
Chove constantemente na minh'alma

Não sei o que me espera no fim da tempestade
Mas já sinto saudades
Do futuro que não conheço.
Deixai-o vir!

Ana Raquel Joaquim

1 comentário:

Carol disse...

A tempesdade tem o dom de nos testar...sabemos quem somos quando acaba. O futuro que venha, será teu...completamente. Não tenhas medo, a chuva desperta e purifica.

texto lindo, adorei :)

beijos********